segunda-feira, julho 18

"Flanelinhas" são suspeitos de ajudar ladrões de carros.

Um golpe aplicado por guardadores de carros, os "flanelinhas", e ladrões de carros, na Praça Popular, área gastronômica em uma das regiões mais nobres de Cuiabá, tem preocupado os proprietários de veículos. O índice de roubo de carro tem aumentado consideravelmente na área, segundo a Polícia Militar.

De acordo com e-mails enviados em forma de "corrente" (encaminhados para diversas pessoas), o dono do carro estaciona nos arredores da praça e, quando volta, um dos pneus está murcho.A ação dos flanelinhas se daria, então, no momento em que o proprietário do veículo está verificando o que ocorreu no pneu ou, ainda, como foi o caso do funcionário público Daniel Oliveira, quando está trocando o acessório."Quando cheguei ao carro e percebi que o pneu estava totalmente murcho, logo comecei a trocá-lo. Em seguida, o flanelinha apareceu e eu o dispensei de uma forma até grosseira. A irritação foi natural, já que tive que fazer a troca na madrugada", relatou Oliveira ao MidiaNews.
O golpe dos flanelinhas, porém, quase obteve êxito no mês passado, quando um Gol chegou a ser levado e dois rapazes presos.
Na ocasião, quatro mulheres voltavam da Praça Popular, quando perceberam o que o pneu do carro estava murcho. Um flanelinha se ofereceu para ajudar e, quando saíram do carro, dois rapazes chegaram anunciando um assalto.
Da mesma forma, em um segundo e-mail, um rapaz que não se identifica conta a história dele e de uma amiga. Os dois estavam em carros diferentes, a garota seguiu, quando o jovem percebeu o pneu furado e inicou a troca.
"O carro estava estacionado na Avenida Isaac Póvoas, o flanelinha se aproximou e me mostrou que o pneu estava furado. Eu perguntei se ele trocava, ele trocou, pediu R$ 50, mas acabei dando R$ 20 e fui embora. A mesma sorte não tiveram umas amigas, que foram assaltadas", disse.
Policiamento e contradição
Para o delegado coordenador do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) Oeste Verdão, que engloba a Praça Popular, Hamilton César, o que chama a atenção, neste tipo de ação, é a "parceria" entre flanelinhas e assaltantes.
"Na realidade, muitos cuidam do carro para o dono e para o parceiro que irá assaltar. A atuação dos flanelinhas é um problema social grande, complexo e contraditório, já que campanhas para não pagar os guardadores são realizadas, porém, se o proprietário não paga, corre o risco de que algum dano ocorra no seu veículo", disse o policial.
Entre as soluções para a segurança no local, uma seria o reforço de policiamento. A orientação para os proprietários dos veículos é de não deixar à mostra objetos que chamem atenção dos bandidos.
"Não deixar objetos à vista, como aparelhos médicos, sons, pastas, bolsas, mesmo porque, para a maioria desses flanelinhas, são objetos que têm pouco ou nenhum valor", disse César.
Já para a Polícia Militar, apenas o reforço de policiamento não seria suficiente para sanar os problemas de segurança na Praça Popular. Conforme o comandante da Base do Araés, que engloba a região, capitão Rhuynter Setúbal, a própria mudança no Código de Processo Penal (CPP) vai de encontro às ações que poderiam ser feitas.
"Fazemos abordagem sempre, porém, se essas pessoas não estão com drogas e armadas, não há lei para puni-los. No caso de outros delitos que possam ser cometidos, com a mudança no Código, eles são liberados em seguida. Acaba que isso foge da nossa alçada e essas pessoas continuam perambulando pelas ruas", afirmou o delegado.

FONTE: Mídia News

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