Cinco motos roubadas em dois anos. Cansado dos prejuízos causados pelos crimes, o taxista Sérgio Venâncio da Silva, de 30 anos, cedeu aos apelos de um dos mercados que tem crescido proporcionalmente ao número de roubos e furtos de motos e carros em Mato Grosso: o de rastreadores de veículos.
Silva comprou o dispositivo há pouco mais de dois meses. “Eu precisava de algo que me desse um pouco mais de segurança e decidi instalar o rastreador”, disse. Casos como o do taxista são comuns entre os clientes que procuram empresas que oferecem o serviço.
“São pessoas que querem proteger seus patrimônios da ação de bandidos. Muitas delas já foram vítimas de assaltos”, afirmou Júlio Dorfman, dono da empresa D3S Rastreamento de Veículos. Ele contou que a média de instalação dos equipamentos era de 10 por mês, há cerca de cinco meses. A média, desde então, tem ficado entre 80 e 120 rastreadores instalados mensalmente, a maioria para carros.
“O aumento da violência e o custo-benefício são fatores que influenciaram para esse crescimento. Um localizador de veículo sai muito mais barato do que um seguro, por exemplo”, comparou. O fator econômico realmente influenciou na decisão, confirmou Silva. “Um seguro pra minha moto não ia sair por menos de R$ 2 mil. O equipamento instalado custou cerca de R$ 300”.
Os preços de instalação de equipamentos como rastreadores e dispositivos de localização ficam entre R$ 300 e R$ 400, com custo de manutenção que varia entre R$ 50 e R$ 80. A procura também é grande por parte de quem tem empresas de logística e por pessoas que não têm seguro dos veículos. “Há clientes que têm seguro mas, mesmo assim, tem medo e procura o serviço”.
O aumento da violência também é fator determinante para o crescimento da demanda. De acordo com dados da Polícia Civil, de janeiro a maio deste ano, 193 automóveis foram roubados e 307 foram furtados em Cuiabá. No mesmo período do ano passado, a polícia registrou 124 roubos e 163 furtos de automóveis. Houve aumento também nos crimes envolvendo motos. Nos cinco primeiros meses de 2011, 168 motocicletas foram roubadas e 219, furtadas. No mesmo período do ano passado, houve 106 roubos e 188 furtos de motos.
A polícia consegue resolver cerca de 70% dos casos, conforme o delegado Adriano Henrique dos Santos, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA). Ele disse ser a favor de qualquer tipo de equipamento de segurança que as pessoas puderem adquirir para se sentir mais seguras. “Todo dispositivo que auxilie ou dificulte a ação dos bandidos é bem-vindo”.
Ele diz que a polícia recomenda que a vítima não pague pelo resgate de veículos, prática que também tem crescido nos últimos meses. O bandido rouba o veículo e, depois cobra para “devolvê-lo”. “O condutor deve procurar a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Quando paga o resgate, acaba fomentando ainda mais o crime”.
O delegado também recomendou que os condutores evitem parar os veículos em locais escuros e, de preferência, deixem o carro ou a moto em estacionamentos. “São dicas que devem ser adotas, pois podem ajudar a prevenir os crimes”, finalizou.
FONTE: Diário de Cuiabá
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